Formação online é cada vez mais procurada por
estudantes
Com a crescente familiaridade com a tecnologia
e uma confiança maior nos cursos a distância, modalidade vem crescendo
SÃO PAULO
- No início, os cursos eram poucos e a desconfiança era muita. A cada ano,
a oferta aumenta, os interessados se multiplicam e a aceitação do próprio
mercado de trabalho avaliza a educação a distância como uma forma segura de
aprendizado. Nos anos recentes, enquanto o ensino presencial registrou uma
sensível queda no número de matrículas, os cursos de EAD - como o nome da
modalidade é abreviado - chegaram a 5 milhões de alunos em 2015, na soma entre
cursos livres e regulamentados. Esse número representa um aumento de mais de
20% em relação ao registrado no ano anterior. A maior parte dos estudantes a
distância está matriculada na graduação.
“E ainda há muito espaço. Hoje, temos 12 milhões de brasileiros
com médio e sem superior”, projeta Janes Fidelis Tomelin, conselheiro da
Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Além da demanda
reprimida, o educador cita a desmistificação da modalidade, a expansão dos
polos de apoio presenciais e a crescente familiaridade com a tecnologia. “Este
último fator atrai os jovens que já nasceram digitais e preferem estudar nesse
formato.”
Mas
a escolha tem de ser consciente. O alto percentual de evasão - passa de 50% em
algumas instituições - decorre em boa parte de uma percepção equivocada do
estudante ao acreditar que, por ser a distância, ele não vai precisar ter uma
disciplina com horários e cumprimento de prazos.
“Nesse ponto, EAD é até muito mais rigoroso”, diz Fátima
Rodrigues, de 40 anos, aluna do 5.º semestre de Pedagogia na Laureate. O curso,
o mais procurado entre todos na modalidade, é a segunda graduação da professora
de inglês: a primeira foi presencial, em Turismo, há quase 20 anos. “Em EAD,
não dá para estar só de corpo presente em uma aula. Não importa o horário que
defino para estudar, no momento em que sento, preciso me concentrar e estar
inteira ali. Sou muito mais responsável pelo próprio aprendizado.”
É
importante não confundir auto-organização com a ideia de ser autodidata. O
aluno EAD não precisa aprender por conta própria - ele terá a instituição como
provedora do conhecimento e deve receber dela todo o suporte necessário -, mas
cabe a ele se organizar para apreender o conteúdo. Um profissional que consegue
manter sua disciplina sozinho é justamente o que o mercado mais tem buscado. Em
tempos de estímulo ao “home office”, até porque ocupar um espaço físico é muito
caro, as empresas já demonstram predileção por quem consegue produzir longe do
olhar do chefe.
Fique atento
Antes
de se matricular em um curso EaD, saiba o que cada instituição de ensino deve
oferecer e o que é importante o estudante ter de estrutura, para que o curso
seja feito de forma satisfatória:
Instituição
+
Certifique-se de que terá acesso a professores e tutores para tirar dúvidas
+
Solicite portaria de autorização daquele curso. Se o curso já é ofertado há
mais de dois anos, tem de ter portaria de reconhecimento do Ministério da
Educação
+
Verifique a regularidade do polo, ou seja, se o polo está no e-MEC (sistema
público e de consulta livre do ministério)
+
No ato da matrícula, peça os canais de contato com a instituição para
casos como acerto sobre boleto e atestado de matrícula
+
Verifique se a instituição oferece biblioteca virtual, para não ter de ir até o
polo para pegar um livro emprestado. Existem mais de 12 mil títulos disponíveis
virtualmente, mas é preciso que a instituição assine o serviço
Aluno
+
É importante que o aluno tenha um computador em casa e um smartphone para o uso
em deslocamentos. Cada vez mais,
as
instituições estão adaptando os conteúdos para mobiles. Invista em um celular
com tela grande
+
Para assistir aos vídeos e participar de webconferência, é preciso ter a
assinatura de um bom plano de banda larga
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