Crônica: O milagre da alfabetização

Alfabetizar as crianças, mais do que simplesmente ensinar-lhes os significados dos símbolos gráficos, é um gesto de Amor. 
Quando a criança aprende a ler e escrever, é como se uma luz começasse a iluminar o seu interior, pois a partir deste momento ela começa a compreender melhor a si mesma e ao mundo que a rodeia. 
Sua mente se abrirá para o mundo maravilhoso que está à sua volta, e ela poderá procurar seus próprios caminhos, cultivar suas próprias idéias e contribuir para que a luz, no mundo, seja maior que as trevas que a ignorância produz.
Todo o progresso humano, tudo o que vemos à nossa volta, é fruto do milagre da alfabetização, que parece tão simples, tão sem importância... As primeiras idéias criativas, os primeiros impulsos da imaginação, que fizeram o Homem voar, atravessar mares e oceanos, que o levaram até o espaço e que também trouxeram os avanços na medicina, na tecnologia, nas artes, etc... iniciaram a partir do momento em que nossos antepassados aprenderam a desenhar e a decifrar os símbolos que chamamos de letras, números, hieróglifos ou qualquer outra denominação. Seja numa modesta sala de aula, sob os cuidados de um professor atento, ou seja nas grandes bibliotecas, onde se acumula o conhecimento humano: tudo o que somos nasceu assim, através da alfabetização. 
Portanto, para transmitir tudo o que a vida oferece de bom às novas gerações, é preciso muito mais do que simplesmente ensiná-las a ler e escrever. É necessário ter amor por estas crianças, amor pela vida. E ainda, é quase um dever de cada professor-alfabetizador acreditar que dentre os seus alunos alguns - ou todos - saberão despertar em si os talentos e as idéias necessárias para tornar o mundo melhor e mais humano.
Todos os recursos didáticos, todos os papéis, lápis, borrachas, computadores, são absolutamente necessários para que a alfabetização faça surgir de dentro das crianças o verdadeiro conhecimento de si mesmas e da vida. 
Porque a VIDA é um milagre em si mesma, mas nossos olhos físicos não podem percebê-lo tão bem e tão completamente como os olhos da mente e do coração.
Que se ensine sempre às crianças, juntamente com o alfabeto, as condições essenciais para que elas possam aprender a enxergar "com os olhos da alma". 

Que o A seja de Amor - de Amizade
Que o B seja de Bondade - de beabá - de BONDADE!
o C de Compreensão
o D de Deus
o E de Esperança
o F de Felicidade
o G de Gratidão
o H de Humanidade
o I de Imaginação
o J de Justiça
o L de Luz - de Liberdade
o M de Mãe - de Mundo
o N de Nascer
o O de Obrigado
o P de Perdão
o Q de Querer bem
o R de Repartir
o S de Sonho
o T de Trabalho - de Ternura
o U de Universo
o V de Vida - de Verdade
o X de "Xou" da vida
o Z de Zum-zum de abelhas voando, felizes, em busca do mel.
E o nosso mel é a vida. 

E temos uns aos outros para nos auxiliarmos, para crescermos juntos em busca do mundo bom que existe dentro de cada um. 
Alfabetizar com Amor e para o Amor. Porque de ódio e de indiferença o mundo está saturado. Para que utilizarmos palavras de revolta e de agressão, se o que precisamos é de palavras amenas, amigas? 
Acredito que ainda é através da Alfabetização-Educação que se pode preparar as mentes infantis para o novo mundo que tanto queremos. Porque alfabetizar alguém, educar alguém, é uma forma de Amor, é um jeito de dizer: - Vá, procure o teu caminho. Seja feliz e faça alguém feliz. Ou então de dizer: - Você traz consigo uma nova idéia para o mundo. Realize-a. Seja um ser humano iluminado. Diga às pessoas que o mundo bom está dentro delas. 
Eis porque considero a alfabetização um Milagre: é quase o começo da vida, porque é o começo do conhecimento. 

Saleti Hartmann
Professora e Poetisa
Cândido Godói-RS
Do livro "Palavras", publicado em 1992 em nível local.


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Alfabetização: livro do professor de Ana Rosa Abreu:

Este livro foi feito com o intuito de ajudá-lo a planejar boas atividades de alfabetização. É composto de duas partes: a primeira, “O que precisa saber quem alfabetiza”, mais teórica, deve ajudá-lo a compreender melhor o processo pelo qual passam seus alunos quando estão aprendendo a ler e escrever. A segunda, “O que propor em sala de aula”, mais prática, contém informações, explicações, exemplos sobre diferentes tipos de textos e suas possibilidades de uso em  sala de aula além de um texto específico sobre planejamento e uma bibliografia comentada.
Tanto a primeira quanto a segunda não se esgotam aqui, ou seja, é interessante que você procure se aprofundar nos temas tratados, estudando a bibliografia indicada. E é importante que você amplie, reestruture e invente situações de aprendizagem em alfabetização.
Seus alunos estão recebendo 3 volumes que contêm os vários tipos de textos que estão sendo abordados aqui. Não esqueça que cada região, cada cidade, cada lugar tem suas cantigas, canções, lendas etc. Portanto esta coletânea pode ser ampliada por você e por eles.

Esperamos que este material possa contribuir com seu trabalho.

Fonte: ABREU, Ana [et. al.]. Alfabetização. Brasília: FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000, p.05.


Alfabetização: livro do aluno de Ana Rosa Abreu: 
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Neste segundo volume de textos de Língua Portuguesa você vai encontrar Contos Tradicionais, Fábulas, Lendas e Mitos.
Os contos tradicionais são histórias que foram sendo transmitidas oralmente ao longo das gerações, sem que se saiba ao certo quem as criou. Muitos deles  ficaram conhecidos no mundo todo graças às versões escritas pelos irmãos Grimm e por Hans Christian Andersen, entre outros. Assim como as parlendas, as cantigas, as quadrinhas e os trava-línguas, essas histórias foram sendo contadas e recontadas, se espalhando por muitos países. Por isso, é provável que você conheça algumas delas, com pequenas diferenças nos nomes dos personagens, no desfecho final ou em outros detalhes.
As fábulas são pequenas histórias escritas com a intenção de transmitir algum ensinamento sobre a vida, ou o que se chama “lição de moral”. No final de muitas delas o autor coloca uma frase que resume a lição. Você pode ter ouvido algumas dessas frases, que são bem conhecidas, como por exemplo: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”. A maior parte das fábulas mostra situações típicas do dia-adia dos seres humanos, mas vividas por animais. Os mais famosos fabulistas (autores de fábulas) foram: Esopo (Grécia, 600 a.C.) e La Fontaine (França, século 18). No Brasil, Monteiro Lobato (século 20), reescreveu muitas delas; nos dias de hoje, o mesmo foi feito por Millor Fernandes.
As lendas e os mitos também são histórias sem autoria conhecida. Foram criadas por povos de diferentes lugares e épocas para explicar fatos como o surgimento da Terra e dos seres humanos, do dia e da noite e de outros fenômenos da natureza. Também falam de heróis, heroínas, deuses, deusas, monstros e outros seres fantásticos. Com certeza, no lugar em que você mora existem pessoas que conhecem histórias desse tipo.
Leia, releia, assuste-se, emocione-se, ria, chore e divirta-se com as histórias deste livro. Conte também para seus familiares e amigos e procure saber as histórias que eles conhecem.

Fonte: ABREU, Ana [et. al.]. Alfabetização. Brasília: FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000, p.05. (volume 3)