Poesia


“Pretendente da Verdade – tu?” – assim zombavam eles
“Não! Somente poeta!
um bicho ardiloso, de rapina, insinuante,
que tem de mentir,
que ciente, voluntariamente tem de mentir,
ávido de presa,
disfarçado de cores,
para si mesmo um disfarce,
para si mesmo uma presa,
isso – pretendente da Verdade?...
Somente louco! Somente poeta
Falando somente coisas coloridas,
falando a partir de máscaras de tolo,
subindo por mintirosas pontes de palavras,
por arcos-íris mentiras,
entre falsos céus
vagueando, deslizando –
somente louco! Somente poeta!”


Friedrich Nietzsche, Ditirambos de Dionísio.

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