COMO POSSO AJUDAR MEU FILHO NO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO?
A
resposta mais simples e direta é: lendo para ele sempre que possível. Mas dessa
resposta deriva uma série de outras questões. E se não houver tempo ou recursos
para essa leitura? Quais livros ou textos devo ler para meu filho? E se eu não
for capaz de ler? Como devo ajudar nas tarefas de casa?
Há respostas para todas essas perguntas. Há
caminhos possíveis para todos os casos, porque toda criança pode e quer
aprender. Mas, antes de tudo, é preciso enunciar uma premissa. Desenvolver a
capacidade de ler e escrever é um direito. E esse direito deve ser garantido
pela escola. A participação da família no processo de alfabetização é
importante, mas deve ser vista sempre como complementar. Essa participação, de
acordo com as condições socioeconômicas de cada família, vai variar caso a
caso.
Escolas que atendem a famílias de baixo nível
socioeconômico têm a obrigação de compensar o menor acesso que as crianças
terão às culturas do escrito no ambiente familiar. Nesse caso, as políticas
públicas devem estar ajustadas para direcionar a essas escolas os maiores
investimentos, por exemplo, em acervo e em formação docente. Pois é nessas
escolas que estão os maiores desafios. Onde há mais recursos, o ponto de
partida está adiante, não é difícil imaginar.
Garantidas as condições adequadas para o
trabalho pedagógico, o papel de pais e responsáveis é promover em casa um
ambiente o mais letrado possível. E isso não deve ocorrer somente durante o
chamado ciclo de alfabetização (no Brasil, os três primeiros anos do Ensino
Fundamental). O desenvolvimento da leitura e da escrita se inicia já na
primeira infância e, a rigor, não tem data para terminar. O que é preciso
garantir até o ciclo de alfabetização é que a criança desenvolva autonomia para
seguir adiante. Mas ela sempre estará aprendendo algo novo.
Ler para os filhos com regularidade,
demonstrar curiosidade pelas leituras que a criança faz na escola, acompanhar
as tarefas, mostrar disponibilidade para ouvir as leituras que a criança fará
em casa, conversar sobre as leituras que cada um faz, todas essas práticas
ampliam o entendimento da criança sobre a importância social da leitura e da
escrita. Se não há tempo para que essas atividades sejam diárias, é preciso
garantir um tempo mínimo semanal, com qualidade. Cada família terá de ajustar
sua rotina. Em algum momento é necessário tornar explícita, no ambiente
familiar, uma “hora da leitura” (da escrita, da conversa sobre o que se lê,
etc, etc). A escolha dos livros pode se iniciar pelos autores consagrados. Não
busque a simplificação. Fuja das adaptações que infantilizam as histórias em
nome de pretensas moralidades. Procure textos instigantes, provocadores e, caso
surjam dúvidas,bibliotecários e professores podem ajudar na seleção. Amigos e
familiares que já são leitores experientes também podem ajudar. Aos poucos,
você cria ou passa a integrar uma comunidade de leitores.
*Com a colaboração de
Pricilla Kesley, jornalista do Todos Pela Educação
Fonte:
http://clippingdeeducacao.blogspot.com.br/
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