Base Nacional Comum Curricular é inovadora, mas implantá-la deve ser um desafio | Fonte: Universia Brasil |
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR É INOVADORA, MAS IMPLANTÁ-LA DEVE SER UM
DESAFIO
Base
Nacional Comum Curricular é inovadora, mas implantá-la deve ser um desafio, diz
fundador do Programa Semente
Base
Nacional Comum Curricular é inovadora, mas implantá-la deve ser um desafio
| Fonte: Universia Brasil
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O Ministério
da Educação divulgou nessa quinta-feira (6) a terceira
versão da Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Infantil e Fundamental. O documento prevê a adoção de 10 competências gerais em adição
aos conteúdos tradicionais do ensino, que também foram revisados. Para entender
melhor o tema, a Universia Brasil conversou com o fundador do Programa Semente, Eduardo Calbucci. Para ele, a Base Nacional Comum
Curricular é inovadora, mas implantá-la deve ser um desafio.
O QUE MUDA?
O
documento propôs várias mudanças, entre elas a adoção de
dez competências gerais que o aluno deve aprender na
escola, e que não tem qualquer ligação com os conteúdos tradicionais, mas sim
com desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. Em coletiva de
imprensa, o MEC defendeu que essa é uma medida para se adequar à uma nova
sociedade, que não requer mais do que o acumulo de conteúdos. Entre as
habilidades está a curiosidade, a empatia e o autoconhecimento.
Para Calbucci, essa
seria uma adição bem-vinda ao currículo escolar: “Nesse sentido, eu acho que a
base dá um salto qualitativo em relação ao que as escolas faziam até então,
porque mostra como é importante aquilo que a gente chama de habilidades
não-cognitivas. Até porque no mercado de trabalho ele vai ser muito avaliado
por essas competências”.
Outra mudança que
chamou a atenção foi a antecipação da época da alfabetização, que hoje acontece no terceiro ano do ensino fundamental, e com a
aprovação da base passaria a ser feita no segundo ano. O educador destacou que isso
não é uma novidade tão grande assim. Escolas particulares já
conseguem alfabetizar as crianças nessa época, o modelo só passaria a ser
aplicado no setor público, e, de acordo com a proposta, em escala nacional.
Os conteúdos
abordados nos dois níveis de ensino continuam muito semelhantes ao que consta
no modelo vigente. Para Calbucci, a discussão agora deve ser se eles realmente
pertencem nos anos em que foram sugeridos.
ENTENDA AS DIFICULDADES
A
Secretária Executiva do MEC, Maria Helena, destacou em coletiva de imprensa que
a Base pretendia ser igualitária, respeitar as diferenças regionais, diminuir a
quantidade de evasões na escola, preparar os estudantes para uma nova realidade
no mercado de trabalho e ainda levar em consideração a jornada de construção
coletiva do documento. O plano é ambicioso, a questão agora é se é viável
aplicá-lo.
“Não
é um documento no papel que vai reformular por completo a educação brasileira”
“Eu prefiro ver
isso como uma meta, como um desejo e não como uma obrigação”, explica Calbucci.
Para ele, a base não deve ser encarada como uma imposição, mas sim como um
direcionamento, que está sujeito a ajustes para melhor se adaptar à rede de
ensino brasileira. “A gente tem que pensar nesse processo como um processo
continuo, e não como um documento que veio agora e que vai determinar tudo o
que a gente tem que fazer ao longo dos próximos 20 anos”.
Sobre as limitações
e falhas do projeto, ele declara que: “a realidade se impõe, as escolas vão
encontrar uma maneira de fazer todos esses ajustes dentro das propostas
pedagógicas de cada uma. Não é um documento no papel que vai reformular por
completo a educação brasileira".
A
terceira versão da Base Nacional Comum Curricular pode ser consultada aqui. A especificação
das 10 habilidades propostas está na página 18, e a antecipação da
alfabetização é explicada na página 55.
O QUE ACONTECE A SEGUIR
A
redação do documento começou em 2013, e não deve ser terminada em 2017. A
terceira versão do dumento ainda será sujeita a mais audiências públicas. Elas
serão realizadas a partir de junho desse ano no Brasil inteiro, e qualquer um
pode participar.
As edições feitas
resultarão na quarta versão do documento. Depois disso, o documento ainda
precisará ser aprovado e homologado pelo Ministério da Educação e pela Câmara
de Educação Básica. Com essa nova rodada de consulta e redação de uma nova
versão, a base deve começar a ser aplicada só em 2020, dois anos depois da
previsão original.
CALENDÁRIO DAS
AUDIÇÕES PÚBLICAS:
Região
Norte: 07 de junho, em Manaus
Nordeste: 28 de julho, em Recife
Sul: 11 de agosto, em Florianópolis
Sudeste: 25 de agosto, em São Paulo
Centro-Oeste: 11 de setembro, em Brasília
Nordeste: 28 de julho, em Recife
Sul: 11 de agosto, em Florianópolis
Sudeste: 25 de agosto, em São Paulo
Centro-Oeste: 11 de setembro, em Brasília
http://ticsdapedagogia.blogspot.com.br/2017/04/ministro-da-educacao-o-ideal-nao-seria.html
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