Arendt e a Natalidade

Hannah Arendt
Arendt introduz em sua obra “Entre o Passado e o Futuro” a Educação enquanto fruto da Natalidade, há Escola, porque há “os novos”. A essência da Educação para Arendt é a Natalidade, o fato de seres humanos nascerem para o mundo, vai fazer-se necessário a Educação. Destarte, a preocupação da escola não é tanto o desenvolvimento das competências e habilidades do aluno, a preocupação por excelência da escola é ensinar os novos o que é o mundo.

Os novos nascem eu um mundo já existente, que lhes é anterior, e mesmo com a sua morte, vai resistir. Os novos nascem para um mundo já existente. Neste cenário, o mundo passa a ser ameaçado a cada geração, para tanto, cria-se a educação como condição da manutenção do mundo, como condição do continum do mundo.

Sobre a autoridade do professor Arendt diz:
“(…), face aos jovens, os educadores fazem sempre figura de representantes de um mundo do qual, embora não tenha sido construído por eles, devem assumir a responsabilidade, mesmo quando, secretamente ou abertamente, o desejam diferente do que é. (…) a sua autoridade [do professor] funda-se no seu papel de responsável pelo mundo. Face à criança, é um pouco como se ele fosse um representante dos habitantes adultos do mundo que lhe apontaria as coisas dizendo: “Eis aqui o nosso mundo”. (ARENDT, 1972, p. 43.)”

Para Arendt, o mundo é perecível, o mundo esta à mercê dos novos, sendo assim, a educação deve ser conservadora:
“Evitemos os mal-entendidos: penso que o consercadorismo, tomado enquanto conservação, faz parte da essência mesma da atividade educativa cuja a tarefa é sempre acarinhar e proteger alguma coisa – a criança contra o mundo, o mundo contra a criança, o novo contro o antigo, o antigo contra o novo. A própria responsabilidade alargada pelo mundo que a educação assume implica, como é obvio, umaatitude conservadora. Mas, isto só é válido para o domínio da educação, ou melhor, para as relações entre crescidos e crianças (…). (ARENDT, 1972, p. 46-47).”

Referência bibliográfica: ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. 2ª Ed. Trad. Mauro W. Barbosa de Almeida. SP: Perspectiva, 1972.

Um comentário:

  1. Referência bibliográfica: ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. 2ª Ed. Trad. Mauro W. Barbosa de Almeida. SP: Perspectiva, 1972.

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