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Vagas do Mais Educação, do governo federal, caíram de mais de 184 mil no ano passado para pouco mais de 54 mil este ano. Escolas com índices mais elevados do Ideb acabaram afetadas.
A mudança
nos critérios de adesão ao projeto Mais Educação, do governo federal,
atingiu escolas do Rio Grande do Sul. Justamente as que tiveram as
melhores notas no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb)
vão perder o turno inverso, o que corresponde a quase 130 mil alunos. As
vagas caíram de mais de 184 mil no ano passado para pouco mais de 54
mil este ano.
O Mais Educação existe no estado desde 2010. No turno contrário ao das
aulas, os estudantes têm a oportunidade de fazer atividades como reforço
de português, matemática, atividades de canto, xadrez e cineclube.
As cidades mais prejudicadas com a mudança foram Canoas, Novo Hamburgo,
Viamão e Gravataí. Só nesses quatro municípios da Região Metropolitana,
quase 20 mil alunos vão perder a chance de se desenvolver mais.
No ano passado, Gravataí teve o melhor desempenho da história do Ideb: 5,2.
Os critérios do Ministério da Educação para o programa mudaram este
ano. Escolas com melhor desempenho no Ideb não vão mais receber o
recurso. As notas têm que ficar abaixo de 4,4 nos anos iniciais e 3 nos
anos finais. Além disso, o Bolsa Família agora faz parte dos critérios:
50% dos alunos precisam estar inscritos no programa.
Na Escola Carlos Bina, o Ideb passou da faixa por pouco - o dos anos
iniciais foi 4,7 e o dos anos finais ficou em 3,6. Só que a escola
também não se encaixa em outro critério: a maioria dos alunos não faz
parte do Bolsa Família.
"No fim de 2017 a gente teve a notícia de que não seríamos mais uma
escola apta a receber o projeto em 2018", diz a diretora da escola,
Márcia Cristiane Soares.
"Minha filha tem bastante dificuldade em português e matemática, entrou
no projeto ano passado, e para mim foi uma boa notícia, porque depois
que ela entrou no projeto, começou a se desenvolver melhor", dia Juliana
Francisco, mãe de aluno.
Os alunos da escola também lamentam a mudança. "Eu estou muito triste
pelo Mais Educação ter acabado, eu acho que era um projeto muito bom que
melhorava o desempenho dos alunos", diz Alexandre Rodrigues.
Em outra escola municipal, que fica no bairro Conceição, 80 alunos tinham letramento, matemática, futebol, desenho e dança.
"Aqui na escola nós temos muitas crianças de vulnerabilidade, que
passam a maior parte do tempo na rua, não têm o que comer, não têm quem
os proteja, e aqui elas tinham toda a assistência. Agora, com essa
perda, elas vã sentir muita falta. É uma lástima, porque com o Mais
Educação a gente vê resultado, a gente vê que a criança tem dificuldade.
Ela tem auxílio, e o resultado vai aparecer mais adiante. Com essa
retirada, a escola vai perder muito, os alunos vão perder muito",
lamenta a diretora Adriana Frosi.
Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/mudanca-em-projeto-de-educacao-deixa-cerca-de-130-mil-alunos-do-rs-sem-aulas-no-turno-inverso.ghtml
Acesso: 21 fev. 2018.
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